segunda-feira, 27 de abril de 2009

abro a janela.
deixo que a chuva inunde meu quarto.

os copos sujos na cômoda.
gosto de ver a fila de formigas, compenetradas,
levando o néctar da minha sujeira.

os livros e papéis no meu colchão,
durmo em cima deles.

as cartas dos amores antigos
estão lá, amontoadas,
fugindo da caixa em que as coloquei

rio da tua tentativa de dar ordem a tudo.
o desgoverno do meu quarto
está na minha própria cabeça.
e eu não te convido a entrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário