terça-feira, 30 de junho de 2009

"botei a coleira nela - ela ficou tão alegre.
mas nem podia andar."
É muita solidão. Ali sozinha. Barulho no telhado, serão passos? E o que é que dá? É Medo? É um frio. É muita solidão.
O quarto é escuro – não vejo bem. Ando tateando a escuridão. Tropeço em coisas que não sei o nome. Sinto-nas. Pressinto que forma elas têm. Porém não as posso tocar... Muito menos posso vê-las. Sei que estão lá e isso já é bastante ruim.
Nesses momentos é que eu queria uma mão. Uma mão amiga, mão masculina, paternal. Me guiando e me levando desse quarto escuro.
Aí quando saísse desse quarto, luz inundando nossos olhos, eu o veria claramente. Para ele não seria surpresa – ele já teria me visto. Pois havíamos nos encontrado em sonho, num estranho joguete do destino.
Mas não. Hoje sei que devo ficar aqui, nesse quarto e nesse frio. Pegar em cada objeto, senti-los, quem sabe até prová-los e entendê-los. Quando me perguntarem eu direi: isso se chama Alfredo, isso se chama Cordélia...
Então verei a luz. Entrando por debaixo da porta, lenta e fraquinha.

sábado, 27 de junho de 2009

Amor, o sol e música numa musiquinha de comercial.

Aqui.



Someone is there, waiting for my song
I´m only looking for someone who sings along
when all my dreams, finally reach yours
we will uprise and maybe find our true love
we will uprise and maybe find our true love

But soon enough the sun will come out and shine
We'll both be better with a clearer view and mind
We'll look back on the day it almost slipped away
And laugh and wonder why we'd thought that way

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Você que ainda não me apareceu,
Tenho certeza que vai gostar de olhar o mar.
Disse que eu podia seguir. Eu já estava andando. Disse antes que ia se agarrar na minha crina. Mas meus cabelos já estavam presos. Que eu mesma tinha prendido. Não é como se alguém pudesse me colocar rédeas. As rédeas coloco eu. Faço as regras. Obedeça. Condene-se. Ou só me acompanhe, ei, tome, tome aqui um doce. Se não, vá embora. Aponto as falhas, pior que navalha. Afiada, um punhal.



Agora uma brincadeirinha:

Já que você me provocou, agora experimenta.
Senta que é de menta, senta que é de menta.
Será que você aguenta?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

I'm seeing someone.




"Aventureiro, escritor e apresentador de TV, Bear Grylls cresceu na ilha de Wight, onde começou a escalar com seu pai quando ainda era criança.Serviu nos serviços aéreos especiais da Força Britânica, e enquanto desempenhava sua função sofreu um grave acidente ao saltar de pára-quedas sobre o sul da África.
Apesar do acidente, tornou-se o mais jovem alpinista britânico a chega ao cume do Monte Everest e regressar com vida. Grylls registrou esta experiência no livro “Facing Up”.
Também liderou a primeira travessia sem auxílio em um barco inflável nas frias águas do Atlântico Norte. O feito inspirou o livro “Facing the Frozen Ocean” , e ele foi premiado pela Marinha Real Britânica."




Escolhi pra namorado.
Acho que depois de ter passado por isso tudo, ele deve ser capaz de encarar.
Love me tender, love me true, Bear.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sobre a vida IV

Essa é do orkut:

Sorte de hoje:
Não faz sentido dividir as pessoas em boas e más. Pessoas são apenas encantadoras ou monótonas

segunda-feira, 22 de junho de 2009


não,
não é uma escolha.
em parte.
acredito nela.
aceito,
acolho,
integro com outras partes,
me implico.
sou eu,
sou outros.
não,
racional, em parte,
pois a sinto.
Pois contaram uma história pra mim,
de uma menina que gostava de dar risada.
Quando ela ria, o sorriso era uma florzinha branca.


continuando a história,
fizeram uma maldade com a menina,
seu coração, que nada sabia, quase morreu
mas resistiu,
porém ficou pesado.


o tempo foi passando, e a menina pesando.
restava a florzinha.
a última notícia que tive dela foi que,
tendo colocado tudo pra fora,
em forma de palavra,
de lágrima,
de riso e sangue,
a menina virou um passarinho
seu vôo tinha um tom de dourado,
enquanto celebrava a vida
cortando o céu.

Sobre a vida III

Essa é do Jung, um meu cumpade,


"A plenitude da vida tem normas e não as tem, é racional e irracional. "

domingo, 21 de junho de 2009

Sobre a vida II

Não dá pra confiar em gente feliz.
Mais uma vez me feri
Não lembro onde,
Acho que nem vi.
Vejo o corte
E só agora sinto que arde
Sinto o cheiro de sangue
E não entendo.

sábado, 20 de junho de 2009

Sobre a vida I

A vida não é feita de escolhas.
não é.

àquele que me cura

Acho estranho, porém apropriado, que você, agora, tenha também uma música:

Partners - Cássia Eller.

Eu pensei
Em tanto pra dizer
Enquanto esperei
Por esse blues, por essa luz
Esse solo,
Esse som,
No colo de Deus (e no seu)

Morri de saudades
Desse momento
Andei tão sozinho
Por tanto tempo
Por tanto tempo só

Eu nem sei
Se devo confessar
Um certo segredo
Uma vontade que dá
De repente
Um rap, um repente
Acorde cordel
Que cai do céu

Morri de saudades
Desse momento
Andei tão sozinho, tão só
Por tanto tempo


Obrigada.

Meu barquinho

O barco vagava vagaroso
Em seu destino, nada além desse mar
As ondas batiam devagar
O vento soprava devagar
As velas eram tão preguiçosas...
que, às vezes,
o barco parava
e morria um pouquinho.


*mas a morte é sempre um renascer
na história do matreiro barquinho

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Recomendação

Aos curiosos
Aos intrometidos
Aos que nunca foram convidados
Cuidado, muito cuidado

Para se manter em segurança
Mantenha distância:
dos meus irmãos de alma,
dos meus irmãos de sangue,
e das feridas
que não cicatrizaram ainda
que nem sei se cicatrizam.

Não fique remexendo
Nem ache bonito
O que nunca foi de ser seu.

Porque o destrambelho
dos desavisados
É querer que eu, sendo fogo e sendo água,
seja terra.
a minha escrita é a minha flor e a minha faca.

terça-feira, 16 de junho de 2009

As coisas que eu precisava te dizer.

Estava ela na sua janela. Um sem número de pensamentos assombravam sua casa. Ela sabia que - sozinha- conseguiria exorcizar todos eles. Mas eis que veio aquela figura estranha. E, como sempre, o que é estranho sempre a interessou muito. Então deixou que ele visse as rachaduras da casa. Um pouco dos seus fantasmas. Assim, de graça, deu também beleza e encantamento. Porque, afinal, falamos de uma casa assombrada, mas bela.

Mesmo com tanto aviso: porque ela disse. muitas vezes. Cuidado com a casa, que é assombrada. Cuidado pra não barroar nas coisas. Tem muita coisa aí que é de vidro, cai, quebra e se acaba. Principalmente, cuidado com os fantasmas.
Mesmo com tanto aviso ele resolveu entrar.
Trazendo uns fantasmas dele. E umas coisas de vidro.
Bem. Os fantasmas dele não se deram com os fantasmas dela. Os vidros se quebraram todos.

Como aquele bonsai que morreu, parece que as raízes dele tinham fungos. Ele não faz questão de olhar pra eles. Vou logo avisando: se não se tiram os fungos, o bonsai morre... não adianta água, sol, podar, não adianta nada. Muito, muito estranhamente, para quem gosta de espelho, ele teima em não se olhar de frente. E repele tanto o que suja... E eu digo, como também diz aquela propaganda do Omo: se sujar faz bem.

Pois muito bem. Que encontre um lugar seguro. Uma casa em tons pastéis.

shelter, shelter, shelter

Gimme Shelter.

Oh, a storm is threatning
My very life today
If I dont get some shelter
Oh yeah, Im gonna fade away

War, children, its just a shot away
Its just a shot away

Ooh, see the fire is sweepin
Our very street today
Burns like a red coal carpet
Mad bull lost its way


Rape, murder!
Its just a shot away

The floods is threatning
My very life today
Gimme, gimme shelter
Or Im gonna fade away

domingo, 14 de junho de 2009

Há lugar

Aqui estou, oficialmente limpa:


Lavei o cabelo duas vezes, usei um sabonete novo e esfoliei a pele. passei um óleo com cheiro de menta. Só estou para mim mesma. Verterei com delicadeza e sem pressa um chá de camomila. Assim limparei minha alma.

Deixo-me aqui quieta e sei que um dia me curo.
Quando estiver tudo calmo, tudo claro,
Anunciarei, então, finalmente

que há local na minha mesa.
há lugar na minha poesia.
e novas músicas vão me embalar.

sábado, 13 de junho de 2009

Teodoro

Poeminha

Falo pouco,
Sentido, faço menos ainda.
Mas ouço sons
e leio poemas
Que traduzem a ternura mais funda
do meu peito.
Reutilizei,
por exemplo, o verbo
Te adorar. De Bandeira.
Intransigente:
Teadoroteodoro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

la solitudine

cada vez mais sozinha

quarta-feira, 10 de junho de 2009

De 2000 ou 2001, da vocação e da falta de colo

Mais uma raridade:
(postei para um amigo no Msn e estou colando aqui)

Manuely (F) diz (09:29):
*As pessoas passam. Elas andam mas elas esquecem da menina de suéter azul e do olhar de morte. A menina do suéter azul e olhar de morte está bem no meio dos pedestres. Um preto gordo passa e olha, uma velha magra passa e olha, a madame passa e olha. Mas ninguém vê a menina de suéter azul e olhar de morte.Ninguém quer ver, mas ela está em todo lugar. A morte nos olhos da menina transmitem alegria. Ela prova suja o suéter com sorvete de pistache. A menina se sente invisível, saem os mariscos, saem os cachorros. A menina desce a ladeira e grita bem alto. Grita, grita e grita. O que se sabe bem é que a menina não sabe que ninguém consegue escutá-la. Tudo isso por causa do medo que os pedestres sentem da verdade.
*na outra página é que tem
*"Nunca deduza o que ainda não deduziram"

Manuely (F) diz (09:30):
*acho q minha vocação pra ser psicoterapeuta meio q ja gritava desde esse tempo aí :P
Golbery diz (09:32):
*A menina de sueter azul só queria colo.
*Faltou essa frase no texto.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Retrato em Branco e Preto

Composição: Chico Buarque

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração



quinta-feira, 4 de junho de 2009

Algo que jamais se esclareceu -
Onde foi, exatamente,
que larguei naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei?
Lá mesmo esqueci
que o destino sempre me quis só
no deserto, sem saudade, sem remorso, só,
sem amarras, barco embriagado ao mar

(Inverno - Adriana Calcanhoto)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

amanhecendo

Um dia me disseram que os meus olhos eram de chuva e que a minha boca era de lua. Que os meus dentes eram leitosos e que os meus pensamentos eram uma noite confusa, sem sentido e sem fim.
Então eu criei um olhar grave.
Mas deixa, deixa que um dia eu vou me curar das minhas marcas. Deixa que quando for verão, eu mesma vou fazer sol. Vou estar maior que a montanha. Consertadas minhas asas, vou voar no infinito.

Talvez, talvez, só talvez,
Se você for digno,
Eu te leve comigo.