segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

...

Que no ano que se inicia eu não esqueça que enxergar a si mesmo (coisa que tantos esquecem, ou deixam de lado) dá trabalho (palavra que tanto me repetem).
Que Deus me proteja durante as tempestades, durante as chuvas de lágrimas, e me regojize nos tempos de bonança. Que eu esteja sempre firme, não importa como queira o vento soprar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Desenho

Todos gostam dos retratos de Sumire, a japonesa.
Na verdade nem sabia que Sumire era Sumire, até perceber que não era uma mulher oriental qualquer. Sumire de headphones. Sumire com flor no cabelo. Sumire com um bebê e estrelas (disseram que era Nossa Senhora). Sumire com uma estrela. De olhos abertos, ou fechados, como que meditando, com um sorrisinho mais leve.
Diz que a vida precisa ser vivida aos poucos, que era bom colocar vermelho no azul, que haverá ordem nos armários, e que as coisas caem do céu, para quem tem fé. A força vem lá debaixo do chão e vem do ar. É preciso aceitar a incompreensão com o olhar sereno de japonesa. Sumire é agraciada, pois nasceu com nome de flor e de cor ao mesmo tempo, com a face calma e um sorriso terno. Sendo um desenho, fica mais bonita a cada rabiscada.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Isso que você está sentindo é comum.
Isso que você está sentindo eu já senti.
Isso pelo que você está passando eu já passei.
O que você precisa é o que você precisa

Vamos, e lave o rosto
pare de soluçar
Vamos, e acorde cedo
você precisa do que você precisa

Essa sua noite não é tão negra assim
Vamos dar as mãos e você vai ser feliz

(Eu canto a mim mesma, pois gostaria de ouvir)

sábado, 27 de novembro de 2010

Sentindo a areia escorrer da minha mão

Sinto a areia escorrer desse mundo, que tentei construir.
Meus castelos na beirada do mar.
Sinto que o tempo do discurso acabou,
que por mais que você fale, por mais que eu me cale,
posso olhar para o céu como que a abrir os braços
Mas caminho ainda na beira do abismo, na falésia,
Escuto a quebrada do mar
E o vento que dá preenche meus pulmões
E o vento é a minha respiração

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que tinha no papel

Gosto das coisas imperfeitas
das que chegam antes da hora, das que chegam depois,
das coisas velhas, das coisas muito feias.
Quero adotar e ter amor por tudo que não presta.

Meu corpo e alma, temo, estão tão marcados
que essas marcas não vão sumir com o tempo.

Hoje poli o punhal que me feriu
e pus aos pés do Cristo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ganhei uma máquina de fazer sorvete

Ganhei uma máquina de fazer sorvete, meu irmão me deu. Não sei se anda lendo meu blog, ou se me advinha. Mas é umas das coisas mais sensíveis que eu já ganhei na minha vida.
Tem um estilo retrô e é linda.
Acho que entra para o meu rol de coisas símbolos, das coisas que pessoas queridas que me deram, que representam algo ou das coisas que me puxam e me deram forças:

quadro da moça com brinco de pérola, quadro da menina na janela, caderno com peixes orientais, travesseiro, pinguins, máquina de escrever, azulejo de são francisco...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Johnny Cash - I see a darkness



"There are times when those eyes inside your brain stare back at you"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sobre a fantasia

De tempos em tempos, tirava a fantasia.
Queria sair nua, pela rua, mas a mãe não deixava.
No seu quarto, falava consigo mesma.
Contava como havia visto o fim do mundo.
Em São Paulo, a ordem geral era que se evitassem as estradas e o metrô.
Que se aproveitassem os navios e rios.
As pessoas do mundo procuravam os lugares mais altos.
Ficavam com seus queridos e comiam sobremesa.
Daí ela encontrava o irmão,
o abraçava demoradamente,
E passeava nos abismos como se eles não existissem.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O que faltou

Assim que cheguei em casa, tive que correr e tomar sorvete. Fazia falta, algo doce.
Ainda bem que te vi e falei contigo. Fazia falta, te ver.
(É como ter revelações no meio da semana)
Acho que fez falta dizer que não estou tão magoada a ponto de me calar. Ou de achar, de verdade, que não tenho sonhos. Talvez nem mesmo ache que o mundo me deixou uma folha branca. Sonhei, aliás, com uma folha quadriculada e um desenho, outro dia. Ainda tenho sonhos, os do sono, também.
Mas, obrigada. Faltou dizer.
Pela bondade nos olhos e o coração aberto. Pelo desarme de sempre.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Prêmio Dardos


Recebi a indicação de um amigo!

"Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras."




Fiquei muito feliz, claro, e da minha parte vou indicando blogs que, além de ser do meu gosto (blog e pessoas responsáveis por eles), seguem rigorosamente a descrição do prêmio!

http://www.olhaialem.blogspot.com/
Blog do Carlos Filho, que é um artista em várias vertentes, mas seus textos são expressivos e carregados. Possui aquele ar de "verdade", fazendo com que nos reconheçamos no que ele escreve. Recomendo.

http://mirapolvora.blogspot.com/
Blog da Fernanda, que é uma das pessoas mais em contato com o Inconsciente coletivo que eu conheço. Escreve como se desenhasse. O contato com sua escrita é uma experiência inspiradora.

http://noctivagosunivos.blogspot.com/
Blog do Thomaz, que, embora intimista, permite que nos reconheçamos nas suas palavras. Uma qualidade imprescindível, a meu ver!

http://loucadeespirito.blogspot.com/
Blog da Érica, que como a Fernanda, pinta retratos de si com a escrita. E esses retratos são muitas vezes dolorosos, sedentos do eterno, mas belos.

Aliás, para encurtar, indico todos os "blogs amigos" (link ao lado no blog)!


:)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Aviso

Eis que encontrei feliz você.
Não, comigo nada bem.
Longa pausa e quis dizer que o que eu comia tinha um gosto estranho.
Tive aquela sensação de quem não se sente bem com tudo que come.
Mas não disse, joguei o restante no lixo.
Tossi, pois engoli rapidamente e não me acostumo com rapidez.
Quis expelir o que, enfim,
Não casava comigo.
Expeli coisa nenhuma.
Do contrário, uma ardência surgiu na garganta
Como se eu engolisse não saliva,
mas cacos de vidro. Estilhaços e pedaços de faca.
Então entendi, não foi a comida,
foi o seu sorriso.
No meu caminho de volta,
meus olhos arderam.
Quis chorar de tristeza.
Mas não chorei coisa nenhuma.
Avisei:
Vou ser feliz.
Sorri e pensei, "ser feliz...
nem que seja à força."



quarta-feira, 23 de junho de 2010

O silencio Arnaldo Antunes



O silêncio
Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown - 1996

antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Alice

Pega-me.
Bebe-me.
Leva-me.
Cala-me.
Cega-me.
Fala-me.
Casa-me.
Goza-me.
Vira-me.
Toma-me.

Faz-me maior.
Faz-me menor.

Cura-me.

Amigas.

Um dia me perguntaram se eu tinha amigos.
Eu respondi, na época, que eu tinha poucos, mas bons.
Pois bem, continua assim.
Essa pessoa que me perguntou é uma das minhas grandes amigas. E é dessas amigas que eu vou falar hoje.
Sempre que me perguntam da beleza de alguém, eu hesito um pouco. Não sei dizer quem eu acho bonito ou feio. Minhas amigas, porém, sempre ficam mais bonitas.
Mas isso é muito mais por causa das almas. Cada uma tem um sopro diferente. Cada uma, uma grandeza de espírito. E a minha alma passa pelas delas.
Pode parecer clichê, mas essa beleza ultrapassa os atributos físicos.
E sim, essa beleza é a que dura.
Sinto se você que lê não chega nisso.
Sinto se a sua alma nunca passou pela de alguém, um seu amigo.
Acontece comigo.
Sinto saudades das minhas grandes amigas. Mas a vida leva a gente por tantos caminhos, que nos perdemos um pouco. A beleza que fica, porém, não se perde também, sabe.
Amigas, nunca vou saber responder se vocês estão desajeitadas ou feias. Para mim, vocês sempre vão ser lindas.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

....

Não quero sair
quero morar nos seus olhos bondosos

Não quero acordar
quero, pequenina, dormir na sua mão

:(

domingo, 6 de junho de 2010

...

Sentada diante de tua graça senti um sumiço na minha garganta.
Como se os teus olhos fossem meu espelho,
E o teu espelho desse na minha alma,
Vi a mim mesma bebendo de uma garrafa
E na garrafa, uma marca,
Óleo do fígado do monstro
Que por pouco não nos devorara.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O seu olhar

Andando pela cidade, a mulher percebeu as cores das plantas e flores se avivarem. Verde mais verde, branco mais branco. O chão de terra molhada no jardim lembrou os olhos do amado. Profundos e castanhos, lá ela enterrou seu coração por um tempo.
Ela era complexa e lilás.
Seu sangue era como um roxo forte, pois misturava um vermelho quente e um azul calmo e acolhedor.
Sua alma parecia amarela. À primeira vista, somente, pois na verdade era cristal, e reproduzia todos os outros tons.
Ao olhar a cor das flores e folhas, pensou que cor teria agora. Não sabia.
Tudo mais dependia do olhar dele.
Agradeceu e pensou que a colheita seria boa.

domingo, 23 de maio de 2010

Sobre a faculdade

Hoje eu percebo que, o tempo que perdi praguejando e desejando que a faculdade passasse rápido, poderia ter sido melhor aproveitado com leitura e estudo do que me interessa. Até certo ponto, tentei fazer isso, mas insisti na minha ida às aulas, constantemente me torturando, preenchendo o meu vazio com outro vazio sem sentido: o vazio das presenças, faltas e notas. Se tem alguém que preciso agradecer por esses cinco anos mal aproveitados, bem, pelo menos por ter de fato ido para as aulas, eu agradeço a essas duas entidades benéficas que por muito tempo guiaram minha vida :

Fluoxetina (valeu!)
e
Café (ainda te amo!)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Complicação, dividendo,
Ambigüidade, jurisdição,
Arbitrário, mariposa,
Mosquito, situação,
Suor, Criticismo,
Vulgaridade,
Intelectualismo e
Prisão.


A Sra. preencha esse papel e dirija-se ao departamento dos bobos, no último andar do prédio, que não tem paredes e nem nada, nem seta que indique, que aí a Sra. vai parar de sentir.

domingo, 16 de maio de 2010

Acho que vi um gatinho...

O vi e coloquei a meiguice no olhar.
Perscrutei seu espírito e enchi tudo de cores.
Imaginei que música sua alma teria.
Senti seu segredo e ouvi sua loucura.
Quis proteger-me, pela noite,
Quis levá-lo, pelo dia.
Mas tudo que ganhei era meu.
E tudo que vi era eu.

sábado, 15 de maio de 2010

diálogo

Ela:
Tento comer e não posso
Tento viver e não quero
Fecho os olhos, mas acordo
Enfrento tortuoso mistério

Ele:
Ando, mas a estrada é longa
Corro, mas a pressa não é justa
Salto, mas meus pés sangram
Deito, mas a vida é curta

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Eu rezo

Sabe quando você chora tanto que você queria se afogar nas suas lágrimas?
Sei.
Sei, mas hoje eu vou juntar as minhas lágrimas e fazer um terço. A bolinha é maior quando a mágoa é grande.
Mas tudo bem, porque minha reza é forte.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Nina Simone - Ain't Got No...I've Got Life





Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweaters
Ain't got no faith, ain't got no beard
Ain't got no mind

Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no name, ain't got no love
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God

What have I got?
Why am I alive anyway?
Yeah, what have I got?
Nobody can take away

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got the life

I got a headache, and toothache,
And bad times too like you,
I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobies
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got life, I'm gonna keep it
I've got life, I'm gonna keep it


:)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quero

Quero que lágrimas pesadas escorram pelo meu rosto e espalhem ramas pelo chão.
Quero que o vento me encontre a face, e um frio intenso me assalte.
Quero a confusão da minha barriga.
Quero que a sua mão entre no meu peito, segure meu coração incerto e pressinta seu fogo.
Quero que da minha boca saia o piche negro que asfaltará meu solo.
Quero a comida certa para a minha fome.

domingo, 9 de maio de 2010

Escaras por roupa

Encontrei um velhinho que tinha escaras por roupa.
Andava pelo ônibus de máscara, balbuciando palavras que não puderam ser ouvidas.
Nas mãos trêmulas, uma lista extensa de medicamentos, que ninguém viu. Ninguém soube, ninguém viu, ninguém ouve.
Meu relógio marcava 12 horas. Passamos por uma igreja, e lá o sinos badalaram. Algumas pessoas se benzeram. Outras disseram: no meu relógio já são 12:01, será meu relógio ou os sinos que estão atrasados?
Eu quis dizer que Jesus estava no ônibus. Não disse.
Nada conseguido da exibição das escaras.
Talvez só mesmo esse texto.
Talvez só mesmo para mim, e para o que eu vi e senti.
Porque vi que mesmo assim, ao meio dia, exibindo as escaras, não, as pessoas não vão entender.
Elas não vão nem sequer, aliás, deixar de esbarrar em você.
E assim vão passando suavemente pela vida.
Como se o sol do meio dia não queimasse a nós todos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

X'll mark the place

Where I end and you begin

Não sei colocar vídeos no blog, mas acima é o link para o vídeo no youtube.

"Where I End And You Begin"
Radiohead


"...I am up in the clouds
I am up in the clouds
And I can't and I can't come down
I can watch and cant take part
Where I end and where you start
Where you, you left me alone
You left me alone
X'll mark the place
Like the parting of the waves
Like a house falling in the sea"

Fantasminha

Sou um fantasma
Raramente sentido
Só finamente percebido
Sou uma rosa muda
Que não desabrocha nunca

Ah, falar, como quero!
Sou o fantasminha do quarto
Sou a presença que fica
O espírito que tenta,
Mas não se comunica

Não sou um orgulho de pais
Não sou um orgulho de mães
Não sou sequer um estande
Na feira das profissões
Sou ainda o que nasce:
Uma simples capacidade de amar
Fumacinha de corações

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre as omeletes

Há dias que vejo tudo vermelho, que vejo tudo azul, que vejo tudo mesmo negro, porque acho que por dentro o que há é um grande cinza de indefinição.
Nesses dias é que eu cozinho mais. Geralmente eu faço omeletes.
Hoje eu fiz um macarrão muito elaborado para o almoço. O que me daria preguiça de fazer, sai sempre fácil e bom. Por uns instantes é como se meu espírito se desprendesse do meu corpo e fosse para aquele lugar, tão presente nas canções do mundo: strawberry fields, the end of the rainbow, sam's town...
Acabo de colocar um bolo no forno. Se tudo der certo, ficará fofinho e delicioso.
Algumas verdades, pelo menos pra mim e muita gente ainda, estão na cozinha, e são elas:
Tudo fica melhor com manteiga.
Tudo fica melhor com creme de leite.
Tudo feito com leite condensado tem tudo pra dar certo!

E com essas verdades, a gente que cozinha pode contar... No dia que a cozinha for um lugar incerto pra mim.. Não sei pra onde vou correr.

domingo, 2 de maio de 2010

Jennifer

(A The Killers tribute)

I was lost when I was nine
Just like I'm lost now
Cause I'm here in this heaven
That's so expensive to buy
My curls won't grow
Here in the ground
My hair will be roots
Grass in the field
So a beautiful boy could lay down on me
Cause I'm the nicest girl he had ever seen


The boy that I fell in love with
He bought me a halo, and these wings
But they were hard to bear
and the smells of the saints
they were just so hard to take
Still, I had to pay for the boy's sins
And I was lost when I was nine
Just like I'm lost now
Cause I'm here in this heaven
That's so expensive to buy
Now, the boy keeps my curl on the shelf
In the house that he grew up in
For my mom, and my friends
I'm Dear Jenny, and they miss me

sábado, 1 de maio de 2010

meu amor

Ah, não preciso não de metáforas para falar do meu amor. Meu amor tem uma linguagem própria e meu Amor me ouve, e me entende antes de eu dizer. Meu amor, eu amo, e amo até em silêncio. Meu amor e eu fomos passear.
Juntos vamos e um leva a mochila do outro.
E juntos sabemos que juntos chegamos.
De lá, mandaremos postais.

Do que eu não posso.

Você que nem mesmo me escreve propriamente, e me aparecem só seus bilhetes. Você, que nem mesmo se mostra, aparece em detalhes, em sorrisos falsos e olhares mortos. Você, que é frio e tosco, estragado por dentro de tanto tempo que ficou esquecido numa geladeira cheia. Você, esperto quem não come. Você, que nem mesmo é um homem. Ora, prefiro considerá-lo um bicho, pois o senhor para mim é assim um bicho homem, que nem pernas tem. Homem-cobra, você se esgueira e rasteja. Você, eu não posso.
Agora que entrou na minha casa e fez o seu estrago, espero que se retire, seja como homem, ou assim mesmo, como cobra. Pode sair sem me agradecer e nem olhar pra trás, que esse é o seu estilo.
Sei que é o que você queria, ó, criatura indefinida, mas não recebo você. Não vou tomar nada do seu veneno bobo, que se eu soubesse que ao menos servisse pra me dopar um pouco, mas não, olha que esse seu veneno é tão inútil, que nem mal faz ou engorda. Se você tivesse pernas, seu rabo saía entre elas. Aproveite então a falta delas e só saia mesmo, que eu vou arrumar minha casa.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sombra

Entraste,
sorrateira e bela,
pela porta de trás,
e me estendes a mão.
Não; não me peças tanto.
Por mais doces que sejam teus olhos,
e suave o teu perdão,
contigo não posso seguir.
Amiga Morte, sombra querida,
tu me chamas em vão.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mas,

Era ela muito magra: umas canelas finas e umas argolas grandes enfiadas num vestido excessivamente florido.
Sorria o tempo todo.
A mão no queixo, as argolas acompanhando o balançar da cabeça.
Pensava que deveria ter feito as unhas para encontrar o desconhecido, pintado o cabelo, talvez. Pensava estar sendo uma outra mulher. Tinha sido pálida, tinha sido nervosa, tinha sido um pobre diabo. Mas agora não. Agora um homem a fazia rir enquanto bebia cerveja.
Por um momento, pensou poder ser ela mesma a cerveja: amarela, transparente e com bolinhas que explodem.
- Querido, se você pudesse ver minhas bolinhas, ainda estaria rindo?

(repostagem)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A mulher e o juízo.

Tudo aconteceu quando eu, sentada no chão do quarto, tentava juntar uns pedaços de carta que você tinha mandado. Ah, eu ouvi você dizendo. Você disse e disse alto: estava feliz.
No chão, eu ria das suas besteiras. Eu juntava os pedacinhos. Queria saber o que era mesmo que você escrevia antes de anunciar a todo mundo que tão bem sem mim você estava.
Meu juízo passou bem na minha frente e fechou a porta do quarto. Ele que não ia ficar em companhia de gente doida.
Aí eu já não conseguia juntar mais nada. No escuro, pensei em você. Naquele momento, eu quis, eu quis chamar seu nome e dizer que eu, ah, eu sim, ainda amava.

Diálogo que ouvi.

Disse que não sabia o que ia fazer quando morresse seu pai.

Saber, sabia. Enterrava. Não sabia o que sentia.

Alívio?

Uma leve pontada de vitória?

O peso do que seria o seu passado, quiçá seu destino, enterrado.

Medo? Vazio? Agonia? Dúvida?

Dor de cabeça? Palpitação? Dor de barriga, falta de ar?

Aí foi que alguém, com um pouco menos de alma:

Pois eu vou dizer o que vai acontecer quando seu pai morrer.

Meu amigo, você vai chorar.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

-Sabe, sonhei com uma coisa engraçada. Sonhei que eu era uma casa.

-É, uma casa. E todo dia de tardezinha vem uma senhora, coloca uma cadeira em frente e fica olhando o movimento. Há muito tempo que ela espera que algo ou alguém retorne e ela acredita que vai ser naquelas horas. Então ela senta lá e espera.

-É, mas não sei se ela mora lá. Dentro da casa tem uma garotinha, sabe? Ela, sei que mora lá. Chegou do colégio e ficou lá sozinha no quarto. Foi um dia difícil porque a professora perguntou algo, ela não sabia e caçoaram dela. Perto dela tem outra garotinha, mas essa é assim do tamanho de um carocinho de limão. E essa outra fala que vai ficar tudo bem.

-Se eu for mesmo essa casa, então faz sentido as minhas dores de cabeça: vai que estão trocando as telhas, né? E essas pessoas rodiando dentro de mim, ah, fazem efeito também né? Vai que alguém mexe na cozinha e eu tenho uma dor de barriga?

-Não, tô ficando doida não. Ei, ri de mim não. Ah, então tá. Fica aí rindo que eu vou aqui pegar meu ônibus. Tchau.

Wild Horses.

Hoje o "Wild Horses" completa um ano.
Uma pequena explicação: esse blog nasceu do início de uma crise de alma, que, como toda crise de alma,já disse a minha amiga Érica, é fundamentalmente uma crise religiosa. Dia 21 de abril de 2009, iniciei esse blog com um poema sobre Deus, de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.

Alberto Caeiro era o poeta das coisas simples, filósofo da vida comum. Do numinoso nas coisas mais simples e por isso mesmo, mais belas da natureza.

Alpha Eridani é uma estrela. Estrela de coloração azul, é a mais brilhante da constelação Eridanus. Uma referência ao Faetonte e o rio Erídano do mito que já postei aqui. O outro nome da estrela, Achernar, deriva da frase em árabe "Al Ahir al Nahr", que siginifa "O fim do rio". Claro, também é uma referência a Saint Exupery. Como o pequeno príncipe, eu quis morar em uma estrela.

Anteriormente, esse blog se chamava Moon River. Essa é uma música, cantada pela Audrey Hepburn, em Bonequinha de luxo. Ela diz "Moon river, wider than a mile, I'm crossing you in style someday...". Passado algum tempo, mudei para "Wild Horses", conhecida música dos Rolling Stones, já ela diz "Wild, wild horses, couldn't drag me away...". Entre outras coisas. Ah, e só agora me lembro: o primeiro título de todos foi "La solitudine". Estar só.

Não juntei essas referências de maneira intencional. Agora que penso nelas e no blog, procuro a linha que as mantém unidas num só sentido.
Sei que esse tempo tem sido um tempo de descobertas para mim. Esse blog é uma tentativa. Mais do que um refúgio, esse blog me serve de bússola e de mapa. Sim, desesperadamente eu quero voltar pra minha estrela. Destino: o fim do rio.

Essa pequena reflexão, encerro com um pedido à minha estrela:
Que sendo pessoa, eu continue tentando. Que no fim do rio, eu tenha paz. Que meus cavalos selvagens não me afastem do meu destino. Que a força que me mantém de pé continue a me guiar. Que no caminho eu saiba aproveitar e viver o que é vida.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Carta pra ele.

Ninguém jamais sonhou assim com você,e ninguém jamais passou por aqui. Mas os meus pés onde pisam fazem a terra tremer.
Debaixo da terra, um redomoinho não me diz o que quer de mim.

Eu sei, eu acho que eu vou conseguir. Não precisa ficar assustado. Não precisa ficar longe de mim. Eu tenho um coração e ele é meu. Não precisa ter medo de mim.

Eu sei que eu tenho medo da luz que há em mim. Eu sei que eu preciso alimentá-la de vez em quando. Acho que eu não tenho medo da luz em si, tenho medo de onde vou chegar. Será?

Com ou sem você, eu sei que eu vou conseguir. Eu acho que eu vou conseguir. Eu só precisava assim de um abraço, de vez em quando.

sábado, 17 de abril de 2010

(Pai. Deus está conosco. E ainda: Deus está comigo)

Alguém trocou meu nome e eu disse "tudo bem".

Mas trocassem meu nome e que eu não mais fosse o bebê zumbi!
Pois eu também fui uma promessa
de 7 anos de espera
com o peso dos meus irmãos não nascidos
(Renascidos em mim?)
Boneca, para o irmão que já estava...
Que de tão quieta na barriga
Assustava minha mãe. "está morta?"
Quando mostraram o mundo, provei:
Estou viva... Chorei...
E ainda provo.

......

Mesmo que às vezes inerte
(Quem sabe cadáver?)
Estou viva e respiro.
Abro os olhos
(Catatônica)
Mas atenta.

.......

Meu nome é pesado, bem sei.
Mas, "Ah! Ele é meu."
Contrariando-me, é comum.
(Assim como meu drama)



Moço,
se puder, não esqueça.

De mim. Do bebê zumbi.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre a vida VI

"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda".

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Moça acanhada e simples, Margarida tinha um jeito muito pessoal de olhar para tudo. Virava os olhos de um lado e outro e sua boca morena, que não se abria nunca, dizia mais dela do que ela sabia.

Temia tudo o que via e sua boca se incomodava sempre.
Tentou trocar palavras com a pessoa ao lado, mas sua boca e seu corpo disseram o contrário, e assim Margarida cerrou os lábios.
O silêncio chegou na sala como convidado ilustre e desejável.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

queria uma chuva

Olhou na janela. Gotas pesadas molhavam o vidro. Uma corrente de água forte se formou perto da calçada. Arrastava folhas, arrastava o lixo, lavava tudo.
Queria uma chuva dessa dentro dela.

Mas o sol nasceu e avisou que era outro dia.

queria uma borracha

A moça pensou que queria ter uma borracha gigante e se apagar todinha. Todo traço que já foi sua vida. Todo rastro deixado por sapatos gastos. Todo cansaço. Todo sorriso incerto que só quis agradar. Todas as feridas que deixaram.

Quando procurassem por seu endereço, surpresa! Page not found.

domingo, 11 de abril de 2010

Príncipe das palavras

Tempos atrás, houve um príncipe. Príncipe das palavras, diante de Deus ele se calava. Tentou pensar em Deus, mas o ar ficou difícil, e comparou Deus ao vento. Então ele escreveu:

Posto que não sei falar de Deus,
resolvi falar do vento.
Muito que falo,
Diante de Deus mais me calo!
Escuto o vento.

Esse mesmo vento me impulsiona,
sopra meus cabelos.
Vento que dirige minhas velas,
vento que, então, me leva

Esse mesmo vento
que depois me deixa,
me devolve o fôlego.
Quando desfolha as flores,
espalhando as pétalas,
me falando delas no cheiro,
me lembrando delas no pólen.



vento, meu amigo, me leve. me sopre, ainda que baixinho. vento, senhor do meu pensamento, leve adiante meu barquinho.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Uma carta

Para você, minha amiga,

É que eu também não aprendi a viver. É que eu também não entendo como tendo querido, tendo sofrido, e tendo amado, se deixa de lado. Sinto como você: o que está em jogo sou eu.
Às vezes também esqueço que me alegro com ônibus vago, me alegro com comida, me alegro com o café e muito açúcar. O que é bom de saber é que esses pedaços também são vida.
Então, é verdade, eu realmente queria. Que você viesse comigo, mesmo que nesses pedaços de vida. Mesmo que fosse pra ver o mar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

When you were young


When You Were Young

...
They say the devil's water, it ain't so sweet
You don't have to drink right now
But you can dip your feet
Every once in a little while

You sit there in your heartache
Waiting on some beautiful boy
To save you from your old ways
You play forgiveness
Watch it now- here he comes

He doesn't look a thing like Jesus
But he talks like a gentlemen
Like you imagined when you were young
When you were young

I said he doesn't look a thing like Jesus
He doesn't look a thing like Jesus
But more than you'll ever know

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Uma mulher

Esse texto representa um evento "premonitório" de hoje.



Era decidida, simples e séria. Agora se confundia toda com esse homem choroso e sua sensibilidade.
Ele chorava em filme! Mas que tolice de invenção era essa?
Saiu procurando por suas lágrimas. Havia tanto trabalho a fazer: era a roupa para lavar, era para arear as panelas... Lembrou-se do armário: as roupas empilhadas e mal colocadas cairiam quando alguém abrisse a porta. As crianças precisavam dela.
Mas choro que é bom, nada.
À noite, trabalhava em hospital. Dos pacientes, não conhecia o nome. Preferia dizer que no 307 alguém havia vomitado.
Sentiu-se ferida. Usurparam-lhe o título de sexo frágil.
Resignada, pendeu a cabeça, riu sozinha, e só para ela:
- Quem sabe não mando flores?

domingo, 4 de abril de 2010

Não sei que face apresento.
Aliás, escrevo porque me desconheço.
Escrevo tentando enxergar um espelho.

Ando sem voz,
Num deserto e no mar.
De herança,
o sangue nos pés,
as lágrimas nas mãos
e o sangue nos olhos.

Me encolho numa cama
que tem coisas demais,
e qual cãozinho, sinto falta de mãe...

sábado, 3 de abril de 2010

Ah, esse meu coração que só cresce
70 vezes sete,
quer guardar o mundo em mim.

terça-feira, 30 de março de 2010

Pai,
quisera eu encostar minha cabeça em teu ombro
quisera teu braço amigo ser minha morada.
enlevar-me, elevar-me em sonho,
Pai, me estende a tua mão?


De criança você me olhava de longe,
Trazia um cheiro estranho e novidades
à noite você me cobria
e o dia em que eu fugi
foi o mais cruel da sua vida.

Mas cada vez que eu te olho
Uma fria tristeza me cala
É que seus olhos são cansados.
É que seus ombros estão pesados.
É que as palavras não falam.


Como eu queria, pai,
livre,
te dar um abraço

Atualizando 2005.

Achei essa postagem das 100 coisas sobre mim no link http://sullengirl18.spaces.live.com/blog/cns!DE3E5DF3FCB3E39D!154.entry

Vou atualizar algumas coisas... Impressionada, pois, no fringir dos ovos.. puta merda, pouca coisa mudou! Hehehehehe

Inclusive o fato de que são "100 coisas sobre mim =P (mesmo sabendo que você não quer saber)" até porque ninguém lê esse blog!

Lá vai.

1. Eu adoro a Helena Bonham Carter.
2. Espanha, Londres e um terceiro país da Europa a sua escolha.
3. Eu já quis fazer medicina.
4. Eu já quis fazer história.
5. Frequentei psicoterapia aos 9, aos 19, aos 20 e desde os 22 aos 23. Fiz um ano recentemente.
6. Eu tive quatro namorados.
7. Eu sou monogâmica, mas os motivos vão muito além dos motivos práticos ;)
8. Tenho dificuldades de me prender a alguma coisa, pessoas, aulas, livros.
9. Eu sou orgulhosa.
10. Eu adoro Beatles.
11. Eu adoro MPB, principalmente o Chico e a Bethânia.
12. Eu adoro a Mercedes Sosa.
13. Apesar do blog se chamar "Wild Horses", eu ando bem mais tranquila e faço menos tempestades em copos d'água ultimamente.
14. Eu adoro desenhar e dar o desenho de presente pros outros.
15. Eu não escrevo bem, mas histórias vivem brotando na minha cabeça.
16. Sou muito bagunceira e preguiçosa.
17. Odeio pentear o cabelo.
18. Minhas unhas são grandes, mas em vários momentos eu cortei pra estudar piano.
19. Eu já dancei flamenco.
20. Já tomei porres misturando várias coisas.
21. Eu não faço questão da companhia de certas pessoas.
22. Faço questão da companhia de outras.
23. Eu tenho uma cicatriz no joelho direito - acreditem, queda de skate.
24. Eu não sinto mais tanto medo de borboletas. =)
25. Eu já dancei ballet e toquei teclado. E piano.
26. Eu pintei vários quadros e algumas aquarelas. Alguns ficaram mais ou menos, vá lá.
27. Adoro perfume.
28. Amo the cure, cowboy junkies e cocteau twins.
29. Quando tinha 12 pra 13 anos,li de uma vez todos os livros do Paulo Coelho - depois fui me interessar por outras coisas: Anne Rice, daí pra todos os escritores ultra-românticos.
30. Se achar um livro chato, demoro bem menos de 30 páginas pra parar.
31. Já não tenho tanta certeza sobre psicologia... hahaha!
32. Não me sinto mais nervosa com escadas rolantes.
33. Adoro suco de abacaxi com hortelã, chá mate batido com limão e cappuccino.
34. Gosto de usar muitos anéis.
35. Tenho nojo de casais melosos demais.
36. Não me apaixono com facilidade.
37. Sou tímida e gaguejo se tiver de falar em público.
38. Eu não só adoro curiosidades, como tenho estudado mitos e religiões ;).
39. Já tive vontade de beijar desconhecidos que simplesmente passaram por mim.
40. Gosto de Smiths.
41. Vivo sem Oasis.
42. Estava ouvindo Emilie Simon, Rose hybride de thé.
43. Não gosto de quem fica me mandando falar mais alto.
44. Não gosto de gritar, mas se for pra gritar, eu grito MESMO.
45. Não gosto de quem olha me medindo.
46. Já chorei de raiva.
47. Não gosto de sarcasmo quando estou falando sério. Não gosto de sarcasmo hora nenhuma.
48. Aprendi a ter medo de dizer "eu te amo".
49. Não estudo tanto quanto deveria.
50. Adoro carinho e sou muito dengosa.
51. Posso estar e não estar aqui.
52. NUNCA me acho bonita.
53. Adoro comer. Odeio não caber nas roupas depois.
54. ADORO cortar o cabelo.
55. Amo meus amigos, mesmo que eles não tenham certeza disso.
56. Adoro os filmes do Tim Burton e os do Almodóvar.
57. Adoro desenho animado.
58. Já quis me matar.
59. Não tenho religião.
60. Talvez tenha filhos.
61. Posso ser inconstante e tempestuosa.
62. Posso ser arisca.
63. Posso ser um doce.
64. Dizem que eu sou boa de apertar.
65. Me sinto "por fora do movimento da vida".
66. Amo meu pai, minha mãe e meus dois irmãos.
67. Amo meus bichos.
68. Como chocolate todo dia.
69. Jogaram meu lençol de infância fora. Mas ainda sou muito apegada a meu lençol.
70. Nem sei dirigir!
71. Não gosto de certos parentes.
72. Pulo feito criança quando tou muito feliz.
73. Gosto muito de vermelho e de azul. E de lilás e roxo. E uso muito preto.
74. Futebol até que tem sua graça: torço Arsenal ;)
75. Como peixe. Faz bem e evita depressão e transtorno bipolar =P Também é bom pra memória. hehehe.
76. Adoro massa.
77. Gosto de cozinhar.
78. Gosto que peguem no meu cabelo e gosto de pegar no cabelo de outras pessoas.
79. Gosto de ter uma pessoa no meu colo e fazer carinho nela.
80. Não gosto de que racionalizem demais.
81. Não gosto de quem racionaliza de menos.
82. Gosto de homens inteligentes e convictos de suas intenções.
83. Passo horas jogando The Sims e faço todo tipo de marmota por lá.
84. Nem sempre me importo em estar "por fora do movimento da vida".
85. Fumar é o maior perigo pra mim. ;~. Adoro um cigarro e um café.
86. Minha mãe tem alguns probleminhas...
87. Tem uma foto horrível minha, do meu book de 15 anos, na parede da sala.
88. Tive festa de 15 anos com tudo o que a minha mãe quis.
89. Choro ouvindo After hours, do velvet underground.
90. Minha escritora favorita é a Sylvia Plath.
91. Passo o dia de camisola em casa.
92. Eu tinha muitos pesadelos quando era criança.
93. Tenho sonhos completamente malucos. SEMPRE.
94. Agradeço a todos santos e divindades, todos os dias. Por me deixar respirar, por me deixar existir...
95. Sereníssima é minha música preferida do Legião Urbana. E pq que quando eu postei isso eu esqueci Andrea Doria? Andrea Doria, gente!
96. Dizem que eu tenho os olhos bonitos.
97. Não gosto que me ignorem.
98. Gosto menos ainda que me babem.
99. Já adoeci sem motivo e só fiquei boa no centro espírita. E o nome disso era histeria! hahaha
100. Tenho brincos preferidos. Gosto de pérolas. ;)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Estava nublado. Não consegui me colocar a serviço do dia. Fiquei esfregando meus olhos e as minhas mãos. As palmas estavam macias.
Três xícaras de café e um cigarro depois, finalmente acordei. Acendi um incenso de baunilha no quarto.
Não é aqui ainda que eu me entrego.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mas será que você moveria um centímetro? E se assombraria e se colocaria de lado.

terça-feira, 2 de março de 2010

A única coisa que eu sei fazer

Hoje eu parei pra pensar na única coisa que eu sei fazer. Eu só sei sentir. Aliás, nem sei: sinto. É muito difícil viver num mundo em que você tem que comprovar a veracidade daquilo que sente. E tem que dizer o porquê. Que é pras pesssoas entenderem.

É a forma de me sentir humana e é a forma de me comprometer. Porque é assim: eu só faço algo que preste se eu puder me ligar a isso. Pois é, sou daquele tipo que só faz mesmo o que gosta. Que se exalta só quando ama.

Hoje eu senti que eu tinha que pedir desculpas ao mundo por isso. Não sei levar a vida sem colorir tudo. Um mundo seco e duro me entedia.
Bem, sinto por ter feito sentir quem não queria. Sinto muito por sentir tanto. Se eu pudesse, sentia menos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

então percebeu que, pra não cair em abismos, andou desenhando galhos.

perdoai, mas diante do rio que corre forte, fica difícil imaginar que a melhor opção não seja fechar os olhos e deixar a água inundar tudo, levando consigo a casca do que já foi um dia. alguma coisa.

sinto muito, mas a solidão prevalece e não tem compaixão ou palavra de bom senso que baste.

a face calma, o abraço, o riso fácil, o choro muito. mais nada.

minhas flores e velas, minhas desculpas, meu muito obrigada.

sábado, 9 de janeiro de 2010

De 2009

Tanta coisa dita.