Enquanto o par é um futuro distante, me contento sendo o que fui sempre:
Estranha e sozinha.
Disseram então:
Carrega tua cruz, o teu calvário, que no alto está a consolação.
Vou tentando,
e danço sozinha, e ouço música sozinha, e verei filmes sozinha,
e só não andarei de mãos dadas e nem abraçarei sozinha.
Mas para isso existem os livros e a indulgência com os casais nos finais de semana.
A menina tem uns olhos bonitos, e um olhar leve tão leve, tão leve, que às vezes surpreende por ficar pesado e tão sério. Mas, no mais, é tão tão lindo e tão tão leve. É um olhar que quer bem, e é um olhar que eu quero bem também, meu bem.
E depois de horas sozinha, se você abrisse a porta, poderíamos sair pra ver o mar.
E, sem querer nos privar do sol, poderíamos, na verdade, segui-lo.
O mundo poderia ser simples, por um instante, enquanto pensávamos no quanto o oceano é lindo e no quanto somos tristes.
Depois pensaríamos que não é algo a se pensar.
E riríamos. E voltaríamos para casa.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
"La memoria del corazón elimina los malos recuerdos y magnifica los buenos, y gracias a ese artificio, logramos sobrellevar el pasado" G. Garcia Marquez
A vida é cheia de curvas e momentos em que precisamos nos desdobrar e inclinar um pouco o corpo.
Mudar o curso.
Mudar a rota.
Mudar o ar.
Sem saber o que espera do outro lado.
Fato é que, ainda assim, as coisas permanentes me impressionam - grandes pedras de Itapajé na estrada. Tem algo que permanece? Tem algo que já existia antes da estrada? Tenho a impressão que sim. E que as pedras deixaram as curvas surgirem - e é bom pra elas -que seja assim.
A minha síndrome do brinquedo quebrado tem outro destino, eu acho.
Eu não penso no conserto que eu posso dar ao brinquedo.
É que eu sempre penso que eu posso amá-lo, apesar dos defeitos.