terça-feira, 30 de junho de 2009

É muita solidão. Ali sozinha. Barulho no telhado, serão passos? E o que é que dá? É Medo? É um frio. É muita solidão.
O quarto é escuro – não vejo bem. Ando tateando a escuridão. Tropeço em coisas que não sei o nome. Sinto-nas. Pressinto que forma elas têm. Porém não as posso tocar... Muito menos posso vê-las. Sei que estão lá e isso já é bastante ruim.
Nesses momentos é que eu queria uma mão. Uma mão amiga, mão masculina, paternal. Me guiando e me levando desse quarto escuro.
Aí quando saísse desse quarto, luz inundando nossos olhos, eu o veria claramente. Para ele não seria surpresa – ele já teria me visto. Pois havíamos nos encontrado em sonho, num estranho joguete do destino.
Mas não. Hoje sei que devo ficar aqui, nesse quarto e nesse frio. Pegar em cada objeto, senti-los, quem sabe até prová-los e entendê-los. Quando me perguntarem eu direi: isso se chama Alfredo, isso se chama Cordélia...
Então verei a luz. Entrando por debaixo da porta, lenta e fraquinha.

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