terça-feira, 30 de novembro de 2010

Isso que você está sentindo é comum.
Isso que você está sentindo eu já senti.
Isso pelo que você está passando eu já passei.
O que você precisa é o que você precisa

Vamos, e lave o rosto
pare de soluçar
Vamos, e acorde cedo
você precisa do que você precisa

Essa sua noite não é tão negra assim
Vamos dar as mãos e você vai ser feliz

(Eu canto a mim mesma, pois gostaria de ouvir)

sábado, 27 de novembro de 2010

Sentindo a areia escorrer da minha mão

Sinto a areia escorrer desse mundo, que tentei construir.
Meus castelos na beirada do mar.
Sinto que o tempo do discurso acabou,
que por mais que você fale, por mais que eu me cale,
posso olhar para o céu como que a abrir os braços
Mas caminho ainda na beira do abismo, na falésia,
Escuto a quebrada do mar
E o vento que dá preenche meus pulmões
E o vento é a minha respiração

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que tinha no papel

Gosto das coisas imperfeitas
das que chegam antes da hora, das que chegam depois,
das coisas velhas, das coisas muito feias.
Quero adotar e ter amor por tudo que não presta.

Meu corpo e alma, temo, estão tão marcados
que essas marcas não vão sumir com o tempo.

Hoje poli o punhal que me feriu
e pus aos pés do Cristo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ganhei uma máquina de fazer sorvete

Ganhei uma máquina de fazer sorvete, meu irmão me deu. Não sei se anda lendo meu blog, ou se me advinha. Mas é umas das coisas mais sensíveis que eu já ganhei na minha vida.
Tem um estilo retrô e é linda.
Acho que entra para o meu rol de coisas símbolos, das coisas que pessoas queridas que me deram, que representam algo ou das coisas que me puxam e me deram forças:

quadro da moça com brinco de pérola, quadro da menina na janela, caderno com peixes orientais, travesseiro, pinguins, máquina de escrever, azulejo de são francisco...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Johnny Cash - I see a darkness



"There are times when those eyes inside your brain stare back at you"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sobre a fantasia

De tempos em tempos, tirava a fantasia.
Queria sair nua, pela rua, mas a mãe não deixava.
No seu quarto, falava consigo mesma.
Contava como havia visto o fim do mundo.
Em São Paulo, a ordem geral era que se evitassem as estradas e o metrô.
Que se aproveitassem os navios e rios.
As pessoas do mundo procuravam os lugares mais altos.
Ficavam com seus queridos e comiam sobremesa.
Daí ela encontrava o irmão,
o abraçava demoradamente,
E passeava nos abismos como se eles não existissem.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O que faltou

Assim que cheguei em casa, tive que correr e tomar sorvete. Fazia falta, algo doce.
Ainda bem que te vi e falei contigo. Fazia falta, te ver.
(É como ter revelações no meio da semana)
Acho que fez falta dizer que não estou tão magoada a ponto de me calar. Ou de achar, de verdade, que não tenho sonhos. Talvez nem mesmo ache que o mundo me deixou uma folha branca. Sonhei, aliás, com uma folha quadriculada e um desenho, outro dia. Ainda tenho sonhos, os do sono, também.
Mas, obrigada. Faltou dizer.
Pela bondade nos olhos e o coração aberto. Pelo desarme de sempre.