sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sobre a fantasia

De tempos em tempos, tirava a fantasia.
Queria sair nua, pela rua, mas a mãe não deixava.
No seu quarto, falava consigo mesma.
Contava como havia visto o fim do mundo.
Em São Paulo, a ordem geral era que se evitassem as estradas e o metrô.
Que se aproveitassem os navios e rios.
As pessoas do mundo procuravam os lugares mais altos.
Ficavam com seus queridos e comiam sobremesa.
Daí ela encontrava o irmão,
o abraçava demoradamente,
E passeava nos abismos como se eles não existissem.

2 comentários:

  1. Que alegria saber que voltaste a verter tua veia poética! Desejo que ela leve sobremesas para se nutrir por sobre os abismos...

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