terça-feira, 27 de abril de 2010

Mas,

Era ela muito magra: umas canelas finas e umas argolas grandes enfiadas num vestido excessivamente florido.
Sorria o tempo todo.
A mão no queixo, as argolas acompanhando o balançar da cabeça.
Pensava que deveria ter feito as unhas para encontrar o desconhecido, pintado o cabelo, talvez. Pensava estar sendo uma outra mulher. Tinha sido pálida, tinha sido nervosa, tinha sido um pobre diabo. Mas agora não. Agora um homem a fazia rir enquanto bebia cerveja.
Por um momento, pensou poder ser ela mesma a cerveja: amarela, transparente e com bolinhas que explodem.
- Querido, se você pudesse ver minhas bolinhas, ainda estaria rindo?

(repostagem)

Um comentário: