segunda-feira, 26 de abril de 2010

A mulher e o juízo.

Tudo aconteceu quando eu, sentada no chão do quarto, tentava juntar uns pedaços de carta que você tinha mandado. Ah, eu ouvi você dizendo. Você disse e disse alto: estava feliz.
No chão, eu ria das suas besteiras. Eu juntava os pedacinhos. Queria saber o que era mesmo que você escrevia antes de anunciar a todo mundo que tão bem sem mim você estava.
Meu juízo passou bem na minha frente e fechou a porta do quarto. Ele que não ia ficar em companhia de gente doida.
Aí eu já não conseguia juntar mais nada. No escuro, pensei em você. Naquele momento, eu quis, eu quis chamar seu nome e dizer que eu, ah, eu sim, ainda amava.

2 comentários:

  1. é bem nessa hora que a gente pensa até em pegar o que está grudado à pele feito tatuagem e arrancar, mesmo que custe sangue...

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  2. A mulher e a falta de juízo. É possível arrancar um sentimento do coração e uma ideia da cabeça? Podia não demorar pra acontecer...

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