Tempos atrás, houve um príncipe. Príncipe das palavras, diante de Deus ele se calava. Tentou pensar em Deus, mas o ar ficou difícil, e comparou Deus ao vento. Então ele escreveu:
Posto que não sei falar de Deus,
resolvi falar do vento.
Muito que falo,
Diante de Deus mais me calo!
Escuto o vento.
Esse mesmo vento me impulsiona,
sopra meus cabelos.
Vento que dirige minhas velas,
vento que, então, me leva
Esse mesmo vento
que depois me deixa,
me devolve o fôlego.
Quando desfolha as flores,
espalhando as pétalas,
me falando delas no cheiro,
me lembrando delas no pólen.
vento, meu amigo, me leve. me sopre, ainda que baixinho. vento, senhor do meu pensamento, leve adiante meu barquinho.
Deus tem murmurado no vento por esses dias.
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